O Adilson de Paula Almeida Aguiar trabalhou entre os dias 05 e 08 de abril de 2022 no Estado do Mato Grosso do Sul pela primeira vez, em 2022, no projeto da empresa BRPEC que está localizada no município de Miranda.
“É um projeto de integração lavoura/pecuária (ILP). Na agricultura eram cultivados na primeira safra soja grão e milho e/ou sorgo consorciado com capins Panicum maximum (Mombaça e Zuri) para silagem de planta inteira, e na segunda safra milho para silagem de grão úmido e/ou seco, earlage e snaplage, e sorgo grão, seguidas de uma terceira safra com pastagens de inverno para cria e recria de animais”, explica Aguiar.
A partir da safra 2021/2022 passou-se a cultivar em sucessão soja na primeira safra e pastagens de inverno de B. ruziziensis na segunda safra, no sistema de ILP. Esta mudança foi decorrente do comportamento das chuvas das últimas quatro safras, com volumes abaixo da média, com alta irregularidade.
Na safra 2020/2021 foram cultivados 4.729 ha de soja na primeira safra e a produtividade média foi de 59,8 sacas/ha. Na safra 2021/2022 foi cultivada a mesma área cultivada na safra anterior. Até o dia da minha visita a colheita ainda não tinha sido concluída em toda a área para o cálculo da produtividade média.
Na pecuária tem dois projetos, um de melhoramento genético da raça Nelore no programa da CIA de Melhoramento, com 1.500 fêmeas em reprodução, e outro de produção de carne, com 16.500 fêmeas em reprodução. No ano safra 2021/2022 foram 18.000 fêmeas na estação reprodutiva.
“A área total da propriedade soma 132.353 hectares, dos quais 31.675 hectares são de preservação ambiental, entre reserva legal e área de preservação permanente e 99.170 são úteis, descontando as áreas ocupadas com benfeitorias e edificações. Mas atualmente apenas 9.772 ha dos 99.170 ha uteis estão efetivamente empastados”, afirma.
Na safra 2020/2021 a forragem de capins Mombaça e Zuri foi ensilada em 835 ha com produtividade média de 23,8 t/ha de matéria natural em um corte. Nesta safra 2021/2022 a forragem de capim Mombaça foi ensilada em 259 ha com produtividade média de 6.5 t de matéria seca/ha e vão ser colhidos mais 415 ha para produção de silagem. Esta silagem é para atender a suplementação de animais de recria que são confinados no período de transição seca/chuva.
A área de pastagem atual está dividida em 425 piquetes. Nos períodos chuvosos 2019/2020 e 2020/2021 a área de pastagem foi expandida com o estabelecimento de 5.775 ha. Para a safra 2021/2022 estava planejada a expansão de mais 1.851 ha de pastagens, mas pelo efeito do ano, com chuvas muito abaixo da média e irregulares foram expandidos apenas 926 ha.
Já é o quarto ano safra chovendo abaixo da média histórica que é de 1.318 mm. Nas safras 18/19, 19/20, 20/21 e 21/22 os acumulados ficaram em 1.208, 926, 983 e 555 mm, respectivamente.
Entre os dias 05 e 08 de abril de 2022 a taxa de lotação média das pastagens estava em 2,2 cabeças/ha e 1,5 UA/ha.
Tem um confinamento estático para 18.751 animais, mas nos dias da minha visita os currais estavam vazios e todo o rebanho estava em pasto.
Em outubro de 2018, o professor Adilson esteve na BRPEC para concluir o inventário de recursos que teve início com a equipe da empresa enviando dados e informações solicitadas. Com base neste inventário, o professor Adilson emitiu um diagnóstico da situação atual àquela época e do potencial do projeto. Em maio de 2019, o professor Adilson deu início ao trabalho de rotina de consultoria.
Esta décima etapa de trabalho do professor Adilson Aguiar já fez parte do programa de acompanhamento da execução do projeto com orientações sobre escolha de espécies forrageiras para o estabelecimento de pastagens perenes; os procedimentos para o estabelecimento de pastagens; o manejo de fertilidade de solo para o estabelecimento da pastagem; o manejo e o controle de plantas infestantes e pragas; a integração lavoura:pecuária; a produção e uso do esterco do confinamento; a intensificação da produção das pastagens.
Nesta etapa de trabalho, além do trabalho de rotina de consultoria o professor Adilson ministrou um treinamento prático sobre manejo da pastagem para o manejador de pastagem e o controlador de dados.
“A missão da empresa com este projeto é desenvolver um projeto de produção de grãos e carne bovina de alta qualidade, baseado nas quatro dimensões da sustentabilidade: técnica, econômica, social e ambiental”, afirma Adilson Aguiar.
O projeto é gerenciado pelo Zootecnista, egresso da Universidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, Anderson Vargas, diretor da BRPEC, e tem como gerente de pecuária Valgley Junior e como gerente de agricultura o engenheiro agrônomo Renan Marcos da Silva.
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